Se você é casada(o) e tem filhos, então isso diz respeito a você.

Muitas pessoas ao se casarem deixam que o casamento anule o indivíduo. Quem disse que pra ser bem sucedido no relacionamento você precisa esquecer sua individualidade. Se isso aconteceu com você, reveja seu contrato com sua parceria.

O casamento acrescenta á vida do indivíduo, a parte da conjugalidade, a qual deverá ser vivida a dois. É a parte de sua vida que também diz respeito a sua parceria, como dividir tarefas, desafios, planos, contas, responsabilidades, tempo, sonhos e etc. Porém, a conjugalidade não extingue a individualidade, afinal, ninguém deve deixar de ser quem é só porque se casou. Continua-se tendo sonhos individuais, metas, planos, amigos, hobbies, e outros. Uma parte não elimina a outra, apenas influencia, afinal a vida de solteiro fica pra trás com a conjugalidade.

Outra parte da vida que acontece quando os filhos nascem dessa conjugalidade é a parentalidade. Porém, não é porque os filhos chegaram que você irá esquecer de viver momentos preciosos de intimidade com sua parceria. O namoro e o.tempo dedicado ao casal deve permanecer. Você terá que aprender a se dividir na relação amorosa e na relação de mãe ou de pai com seus filhos, sem deixar de prestar atenção em sua individualidade.

Parece complicado, mas é possível e recomendável que você viva essas 3 partes de sua vida simultaneamente e em harmonia e respeito. Isso trará saúde emocional, paz e alegria a sua vida. Mas uma vida diferente dessa causa angústia, estresse e cansaço. Cuide-se!

Esta semana é especial porque já entramos no clima do amor devido ao dia das mães ser no próximo domingo. Gostaria de deixar registrado aqui 4 principais tipos de amor, segundo o escritor C.S.Lewis em seu livro Os Quatro Amores (The Four Loves) que explora a natureza do amor na perspectiva cristã. Lewis explica das naturezas mais básicas do amor até as mais complicadas, que a princípio se parecem e diz que “o mais elevado não fica sem o mais baixo”.

Ágape (αγαπη) - Amor considerado divino e incondicional.
Lewis reconhece este como o maior dos amores, como uma virtude especificamente cristã. Lewis trata da necessidade de subordinar os amores naturais ao amor de Deus, que está repleto de amor caridoso.

Eros (έρως) - Amor romântico
Muitas vezes associado à sexualidade e suas vertentes, com seus pecados e prazeres. Lewis identifica o Eros como indiferente. Isto é bom porque promove a apreciação do amado não obstante com todo o prazer que puder ser obtido dele. É intenso e um dos piores tipos de amor, pois pode ser cruel e inebriante ao mesmo tempo.

Storge (στοργη) - Amor fraternal
É o afeto com a família, especialmente entre os membros da família (este é amor existente entre mãe e filho) ou pessoas que se encontraram nesse círculo social. É descrita como a mais natural, emotiva, e difundida forma do amor: natural que existe sem a coerção; emotiva porque é o resultado do afeto devido à familiaridade; e difundido o mais extensamente porque pode transcender a maioria de fatores discriminadores.

Philia (φιλια) - Amizade
É uma forte ligação entre pessoas que compartilham um interesse ou uma vida comum, é a amizade entre amigos e companheiros. Lewis explicitamente diz que a definição de amizade é mais estreita do que o mero companheirismo. Não tem o amor romântico e desejo envolvidos (eros) ou amor incondicional e divino (ágape). Ele tem menos associação com impulso ou emoção. Apesar destas características, era a opinião dos antigos (e do próprio Lewis) que ele é o mais admirável dos amores porque ele não olha ao amado (como o eros), mas ele olha em busca do “embasamento”, do relacionamento.

Vamos nos amar e nos cuidar.

Será que você sabe agradar de verdade quem você gosta e/ou ama?

Muitas vezes nos sentimos frustrados porque achamos que estamos arrasando ao tentar agradar alguém com nossas demonstrações de afeto, mas não conseguimos. Por que será que isso acontece com certa frequência? Porque queremos agradar aos outros do jeito que nos sentimos agradados e felizes.

Se somos diferentes, também devemos considerar que aquela pessoa que gostamos tem sua propria maneira de se sentir amado, ou seja, tem algo que você pode fazer por ela(e) que o fará sentir e acreditar que de fato você o ama e quer agradá-lo. Pra saber direitinho você terá que perguntar, afinal, ninguem tem bola de cristal.

Pergunte a essa pessoa, dentre as 5 linguagens do amor, quais seriam as duas formas mais significativas pra ela.

Toque= carinho, abraços, s.e.x.o;
Tempo de qualidade= investir seu tempo fazendo algo que o outro gosta de fazer;
Presente= dar coisas
Palavras de afirmação= elogios, reconhecimento;
Serviço= cuidar, fazer favores.

Quer demonstrar seu amor? Busque saber qual é a maneira ideal pra pessoa em questão.
Ame!
Cuide-se!

Quando um casal chega ao consultório buscando ajuda para suas dificuldades e mágoas, quase sempre chegam trazendo suas acusações e reclamações sobre o que o outro fez ou não está fazendo. Cada um chega cheio de razão e, na maioria das vezes, ambos estão certos, mas também errados. Parece que as mágoas e divergências os deixam incapazes de enxergar o outro e o exercício de empatia se torna impossível.

Uma das primeiras coisas que faço eles relembrarem é que são pessoas DIFERENTES. Cada um terá a sua versão da história e terá a sua verdade a partir de suas percepções. Então, não existe uma única verdade e sim 3 verdades: o fato em si, e a verdade de cada um dos dois. Isso sempre acontece por que são pessoas diferentes que pensam, sentem e se comportam de forma diferente. É necessário que se aceite o outro como ele é. Ninguém é melhor do que ninguém em tudo. Querer que o outro seja como você não existe.

Aos poucos a terapia de casal vai permitindo que eles se escutem mais e então, fica claro que ambos erram e que são IMPERFEITOS. O casal tem a ilusão de que o outro tem que saber de tudo e não aceitam falhas, enganos ou esquecimentos, quando na verdade os dois erram, muitas vezes querendo acertar. Não é porque o outro não age como você agiria, que ele(a) cometa erros sempre. Não se pode esquecer que todo ser humano comete erros, é imperfeito e carece de compreensão. Querer que o outro seja perfeito sem que você também seja capaz de ser é cruel.

E é nesse cenário de muita auto avaliação que ambos percebem que têm necessidades que só o outro pode suprir. E isso vale para os dois, ou seja, o outro também tem necessidades que só você pode suprir, pois só você exerce esse papel, de cônjuge, na vida dele(a). Então, sempre que vier em sua cabeça alguma necessidade sua, pense também nas necessidades do seu parceiro(a). Corra atrás do que você precisa com conversas e combinados, mas também se preocupe em ser presente para cumprir seu papel diminuindo assim as necessidades dele(a).

É muito importante que o casal sempre se lembre e aceite que ambos são DIFERENTES, IMPERFEITOS E TÊM NECESSIDADES.
Cuidem-se!

Quando pensamos que já sabemos tudo sobre algum assunto, seja ele qual for, e decidimos não fazer mais contato com tal conteúdo a fim de nos atualizar ou reaprender, certamente paramos no tempo, deixamos de crescer e evoluir, e ainda assumimos uma conduta prepotente.

Então... vai continuar parado com uma postura de dono da verdade? Isso só te deixará ultrapassado e obsoleto, além de te levar a uma baixa credibilidade e a perdas significativas em várias áreas do conhecimento e da vida.

Isso pode ser orgulho, preguiça, desânimo ou abandono de si mesmo. Pense e se preciso for peça ajuda a um profissional. CUIDE-SE!

As diferenças entre mulheres e homens são muitas, mas podemos dividir nessas 4 principais:

As FISIOLÓGICAS mostram que os corpos possuem grandes diferenças como o tamanho do crânio (dos homens é maior), mas isso não tem nada a ver com a inteligência; A velocidade da respiração (mulheres respiram mais rápido, mas os homens tem mais fôlego); os homens possuem mais massa muscular (ação dos hormônios masculinos, os andrógenos), mas isso não faz da mulher um ser fraco. São grandes e muitas as diferenças fisiológicas, então igualdade entre os sexos, ao pé da letra, nunca existiu.

As CULTURAIS, essas também sempre existiram, mas mudanças vêm acontecendo apesar de ainda a mulher pertencer as “minorias”, não por estar em menor número, mas porque têm menos acesso a direitos e garantias, sofrem discriminação. No mercado de trabalho, por exemplo, elas ganham em média menos do que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções. Ambos podem sim possuir as mesmas habilidades e capacidades. Baseado em quê, então, se desvaloriza um gênero em detrimento de outro? Isso é sexismo.

As EMOCIONAIS são muitas. Durante décadas acreditou-se que a única resposta ao estresse era a de fuga ou luta, porém pesquisas mostraram que em fêmeas a adrenalina não agia sozinha na hora do perigo, mas era contrabalançada pela ocitocina, neurotransmissor envolvido no comportamento afetivo. Essas pesquisas mostram que o instinto feminino é diferente do masculino, ou seja, os homens estão mais prontos para briga, as mulheres, mais preocupadas em proteger. Se é na diversidade que está a riqueza, é bom que homens e mulheres sejam diferentes. O ruim é fazer dessas diferenças motivo de discriminação e preconceito.

As SEXUAIS basicamente se encontram no ciclo de resposta sexual: (post de 08 e 09/10/20), desejo, excitação, orgasmo e resolução. Pode haver diferenças no como começamos a desejar, e o que excita os homens é diferente do que excita as mulheres, mas o nível de excitação de ambos está ligado ao nível de estímulos que recebem. Ambos são atraídos pelas semelhanças sociais, mas também pelas diferenças de temperamento.

Enfim, temos diferenças, mas também somos semelhantes.
Vamos nos cuidar!

Essa pergunta faço aos meus clientes quando desejo que eles identifiquem a forma como se comunicam com o mundo.

A comunicação é uma ferramenta maravilhosa para qualquer relacionamento, mas quando mal utilizada causa sérios problemas, inclusive emocionais.

Existem 3 formas de nos colocarmos nas relações: PASSIVA, AGRESSIVA E ASSERTIVA.
O Passivo sofre porque não sabe dizer 'não' e acaba se agredindo em prol dos outros.
O agressivo se torna um tipo de pessoa difícil de lidar pq não sabe ser empático e acaba atropelando os outros.
Já o Assertivo sabe por em prática 4 acertos mágicos ao mesmo tempo, que são:

Falar a coisa certa
Pra pessoa certa
Na hora certa
Da maneira certa

Ou seja, fale de seus sentimentos, diante de algo que te fizeram, de forma branda sem acusar ou magoar quem quer que seja. Desta forma vc alcançará seus objetivos na vida. Se comunique bem.
Cuide-se!

Já parou pra pensar em sua autoestima? Como ela é?
A autoestima é a capacidade que o indivíduo tem de gostar de si mesmo, de se respeitar e de ter autoconfiança. Ela pode ser alta ou baixa, ou seja, se você acha que não é merecedor do amor e da atenção das outras pessoas, se não se respeita e nem exige respeito dos outros, se você se sente inseguro e não confia em suas próprias ideias e tem medo de expor suas vontades e desejos, você possui uma baixa autoestima e certamente não se sente livre pra ser feliz sendo quem é de verdade. Provavelmente, pessoas com baixa autoestima não são felizes e ainda colocam a culpa nos outros.

Dito isso, como é possível viver bem e se relacionar bem com outras pessoas sem ter uma boa autoestima? É praticamente impossível ser feliz sem se aceitar e gostar de si do jeito que é. Não estou dizendo que você deve buscar ser perfeito pra se gostar e ser aceito, pois a perfeição humana não existe. A ideia é justamente o contrário, é estar satisfeito com você mesmo quando comete erros como todo mundo e que as vezes será preciso voltar atrás e dizer: “me desculpa, eu estava errado”. E tudo bem. É vida que segue. Porém, você vai ter que escolher se, quer ser feliz como é, ou se quer viver infeliz tentando ser quem não é pra agradar pessoas que, muitas vezes, não estão nem aí pra você.

Se ame primeiro e assim você se permitirá ser amado por outras pessoas.
Uma pessoa com uma alta autoestima quer crescer na vida (não só profissionalmente e financeiramente) e acredita que pode alcançar seus objetivos, e não tem vergonha de admitir que, nesse crescimento, pode ter dificuldades e também cometer erros reparáveis e inerentes ao desenvolvimento de todo ser humano. Aliás, uma pessoa com uma boa autoestima costuma ser alguém muito mais empático e com mais compaixão pelos outros, afinal a gente tende a espelhar e refletir o relacionamento que temos com nós mesmos. É muito mais fácil e agradável conviver e se relacionar com pessoas de autoestima elevada, que se amam sempre.
Decida se aceitar e desenvolva sua capacidade de sentir a vida estando bem consigo mesmo e com ela. Ter uma boa autoestima é primordial para ser feliz. Cuide-se

Disfunções sexuais são um grupo heterogêneo de distúrbios que se caracterizam por uma perturbação significativa na habilidade de uma pessoa responder sexualmente ou experimentar prazer sexual. Sua principal característica refere-se a uma inibição no desempenho sexual e/ou na sensação subjetiva de desejo ou prazer.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), conceitua a disfunção sexual como a incapacidade do indivíduo de participar de uma relação sexual como desejaria. O ser humano é um ser biopsicossocial, por isso, as causas das disfunções sexuais são multifatoriais. Podem se originar da interação de fatores psíquicos, biológicos, culturais e contextuais da vida da pessoa.

Os tipos de disfunções mais comuns femininas e masculinas falarei nos próximos posts. Mas adianto que 50% de mulheres e 50% de homens sofrem de alguma disfunção sexual. Então Cuide-se

A sexualidade deve ser considerada um dos pontos essenciais para a saúde do ser humano. Uma vida sexual ativa e satisfatória é considerada não apenas desejável, mas um sinal de saúde emocional e física.

No Brasil 50% dos homens e 50% das mulheres tem problemas sexuais. As principais queixas sexuais relacionam-se a: falta de apetite sexual, dor na relação; ausência de prazer; baixo desejo; cansaço ou preguiça e/ou desinteresse. As disfunções sexuais estão diretamente ligadas ao ciclo de resposta sexual que envolve 4 estágios: desejo, excitação, orgasmo e resolução.

Saúde sexual não é só ausência de doença ou de disfunção, mas trata-se de uma satisfação na vivência de sua sexualidade. É um bem estar físico e emocional. Uma boa vida sexual envolve fatores tais como autoconhecimento corporal, boa autoestima, um bom repertório sexual, comunicação de qualidade, liberdade para viver as sensações e desejos, entre outros.

Você já avaliou sua vida sexual? Busque ter uma vida sexual saudável avaliando sua satisfação com a vivência de sua sexualidade. CUIDE-SE!

Tive o prazer de conhecer a Dra. Cristina Werner, psicóloga educadora em sexualidade, na II Jornada Paranaense de Sexualidade em Outubro de 2020 organizada pela Fernanda Bonato do @prazer_em_saber e pelo @cegesbr – Centro de Excelência em Gêneros e Sexualidades. Neste evento pude compreender a necessária mudança de nomenclatura para se referir ao crime de violência, alterando de Abuso Sexual, termo inadequado, para Ofensa Sexual, termo que, segundo a Dra. Cristina, garante maior segurança para crianças e adolescentes ofendidos.

No post do Prazer em Saber do dia 21/03/21, Fernanda Bonato destaca um trecho do trabalho da Dra.Cristina intitulado “Famílias e situações de ofensa sexual”:
“Na busca por definir a palavra “abuso”, usar em excesso é o que se repete em todos os dicionários pesquisados. Também no senso comum, quando falamos de abusar de algo, compreendemos que é ir além em algo permitido ou esperado. Assim, em ”abusou da comida” (fato lícito, correto), mas comeu em excesso. Outrossim, em “abuso de bebida” compreende-se que alguém bebeu (fato social e aceitável em comemorações), mas em excesso. (...) verificaríamos que abusar ou usar em excesso refere-se sempre a algo que é ou lícito ou necessário ou primordial ou aceito socialmente ou esperado ou tolerado; enfim, algo que, se extrapolado, parte de algo permitido, aceito.

Portanto,(...) Se abusar é “usar em excesso”, com a ofensa sexual esse pensamento não é suportável, porque a pessoa que abusa não tem o direito sequer a usar sexualmente, que dirá usar em excesso.
(...) Quando falamos que um pai “abusou sexualmente de sua filha” não podemos admitir que ele usou a filha sexualmente e seu erro foi usá-la em excesso. Seu erro foi primário: usá-la, porque ele não tem essa prerrogativa. Então a palavra 'ofensa' nada nos transmite sobre autorização para usar, não usar ou usar excessivamente. Em segundo lugar, a palavra “ofensa” já traz em si a noção de dor (e não o simples uso). Ofensa remete-nos a 'lesão, injúria, agravo, desconsideração, menosprezo'.

Dito tudo isso, profissionais da sexolgia, inclusive eu, sugerimos que passemos a usar o termo 'ofensa sexual' para nos referirmos a uma violência sexual.

Precisamos falar sobre sexo e sexualidade com nossas crianças e adolescentes. Mas como fazer isso? Primeiramente a pergunta tem que ser: quem são os responsáveis em educar sexualmente? A educação sexual começa no lar, nos exemplos que esta criança tem em sua infância. A forma como os pais se tratam e o respeito mútuo entre os familiares, já é uma mensagem passada para esse ser em formação. O “exemplo” é uma das formas de educar mais influenciadoras, a qual pode trazer benefícios ou causar sérios danos ao psique desse futuro adulto. Vai depender da relação dessa criança com seus cuidadores e educadores e o que eles sabem sobre sexualidade. Existem muitos bons livros que ajudam nesse diálogo.

Outra fonte responsável por educar sexualmente é a escola. Infelizmente tem acontecido dois grandes problemas nessa área: ou a escola é despreparada para lidar com esta tarefa de educar sexualmente ou os pais impedem a escola de falar sobre sexualidade, alegando que a escola fará um desserviço ensinando o que não deve aos seus filhos. Vale ressaltar que quanto mais informações, digo desde a infância, os jovens recebem sobre sexualidade, mais preparados eles estarão para lidar com suas dificuldades. As dúvidas e inseguranças serão minimizadas pelas informações dadas pelos pais, cuidadores e educadores. Inclusive isso é um direito das crianças e adolescentes.

Uma das fontes mais frequentes de impactos emocionais, de angústia e variados sintomas nervosos nos adultos costuma residir na falta de plenitude na atividade sexual. A vida sexual precisa constituir-se em uma razão não apenas de prazer mas também de bem estar. E essa plenitude e esse bem estar na vida sexual começam na educação em sexualidade.
Vamos cuidar da saúde e dos direitos das nossas crianças.

Tesão X Tempo (novidade X intimidade)
A vivência da Sexualidade no Casamento está diretamente ligada ao tempo de relacionamento e ao nível de intimidade. Qual seria a influência do tempo no tesão que queremos ter sempre nas nossas relações sexuais?

Quando iniciamos um relacionamento existe um componente bárbaro que coloca fogo na relação sexual que é a novidade. Tudo é inesperado e surpreendente porque não sabemos tudo do outro e nem o conhecemos direito. O ambiente é envolvido de mistério e isso definitivamente aumenta nossas expectativas, nos deixando eufóricos e excitados com o que irá acontecer quando estamos junto da pessoa amada e/ou desejada.

A convivência e o tempo dedicado ao lado de uma pessoa, torna essa pessoa conhecida em todos os aspectos, até o sexual. Passamos a saber exatamente o que fazer para agradá-la (só os desatentos e desinteressados não sabem como agradar ao outro). Isso é sim muito importante, mas isso também muitas vezes tira o sabor da novidade. Saber exatamente como vai começar e terminar uma relação sexual é um tanto desestimulante, não é mesmo? Por isso, é que devemos ter em mente que agradar alguém sexualmente falando não necessariamente tem a ver com fazê-la se sentir amada (isso é consequência). O que precisamos é fazê-la se sentir desejada. Você sabe como fazer isso? No mês que vem falarei sobre como homens e mulheres se seduzem num relacionamento de longa data (Desejo X Relacionamentos longos)

Bom, adianto que nesta área, a criatividade, o inusitado e a surpresa podem andar de mãos dadas, a fim de levar você e sua parceria a experimentar tesão e sensações gostosas como do início do relacionamento. O interessante dessa situação é que, apesar de não haver mais o lado bom do 'desconhecido', poderá haver o bom de alguma 'inovação' trazida pelo casal para o ato sexual com a pitada maravilhosa da 'intimidade' causada pelo tempo de união.

Sendo assim, fica aqui a minha dica de aliar a intimidade e a vontade de agradar com algo diferente no repertório sexual do casal. Inventem, criem e Cuidem-se!

Compromisso X Individualidade (segurança e distância)
Alguns fatores são essências para vivermos uma boa Sexualidade no Casamento. No post anterior falei sobre a influência do tempo de relacionamento sob o tesão que queremos ter nas relações sexuais com nossa parceria trazendo o aspecto da intimidade. Ainda falando de intimidade, aqui falo da segurança do amor do casamento, o qual pode atrapalhar a “distância” e o mistério que deve existir nas relações íntimas através do respeito a individualidade de cada um dos dois.
Como conciliar, porém, tudo o que o mundo contemporâneo nos ensinou sobre o amor romântico que encontramos no início do casamento com tudo aquilo que é necessário para manter o desejo numa relação duradoura? De um lado, prezam-se o amor, a segurança, o companheirismo e o compromisso. De outro, é preciso respeitar as diferenças, e manter o mistério que há na individualidade, uma certa separação entre o casal para que o erotismo sobreviva - é a noção de que só se deseja aquilo que não se tem. Ou seja, se não sabemos tudo do outro, se não dominamos suas escolhas ou podemos controlar seus passos, e ainda temos que respeitar sua individualidade (seus quereres, pensamentos, vontades, sonhos, desejos etc.), nós não somos o outro. Isso faz com que se mantenha uma distância ou separação que provoca sensação de mistério, logo, passamos a deseja-lo pois o outro não está em nós.
Parece complicado, mas é só paradoxal, mas entende-se aqui que “Quando as pessoas se fundem, quando dois viram um, a ligação é impossível. Não há ninguém com quem estabelece-la. Assim, o distanciamento é uma precondição da ligação: este é o paradoxo essencial da intimidade e do sexo” (Esther Perel-“Sexo no cativeiro”)
Uma das maiores necessidades que homens e mulheres têm num relacionamento é intimidade, seja de corpos ou de alma. Porém, a intimidade, o compromisso e a segurança (do casamento), podem sufocar a individualidade dos indivíduos desse relacionamento. Cada um é um e o amor continua existindo apesar do distanciamento, necessário para que haja a atração, provocado pelas diferenças entre ambos. Gosto de dizer que a intimidade gera sexualidade. Reflitam e Cuidem-se

Por que alguns casais depois de alguns anos de relacionamento experimentam relações sexuais sem graça fazendo sempre a mesma coisa e deixando a relação ficar pobre? Acham que a tendência é essa mesmo e que não tem mais jeito e com isso vão levando do jeito que está e continuam não fazendo nada para melhorá-la? Será que precisa ser assim? Claro que não deve ser assim.

Com o passar dos anos do relacionamento, alguns casais experimentam relações sexuais, as quais já sabem como vai começar e terminar. De fato, essa situação tende a causar desânimo e afastamento, e com isso o desejo e a vontade de fazer sexo podem desaparecer. O que deve ser observado sempre é como está a relação do casal fora da cama. Clima ruim não gera vontade de estar junto, atrapalha o desejo e impede a satisfação do casal. Antes de achar que o sexo ficou pobre porque a idade chegou ou porque o relacionamento já tem muito tempo, analise sua conjugalidade. Não deixe pra lá algo tão importante na vida de qualquer pessoa. Converse! Crie!

Felizmente, nem todos os casais vivenciam essa “pobreza” na relação sexual. Muito pelo contrário, com o aumento da cumplicidade, do conhecimento mútuo e da percepção de que precisam ser criativos, o sexo pode se tornar algo cada vez mais prazeroso, ousado, íntimo, maduro, sem pressa e curtindo as sensações cada vez mais nos detalhes de cada corpo. Costumo dizer que sexo sem sensações é uma viagem sem janelas. Então, se abra para as possiblidades e experimente algo diferente (locais diferentes também). Contemple o corpo de quem está com você há muitos anos. Abuse das provocações e cause sensações na sua parceria/esposa/marido. Experimentar uma relação sexual prazerosa depende de você tanto quanto de quem está com você. O que você tem feito pra sua vida sexual não ser pobre? Cuide-se!